GRUPO DE TEATRO CHICO DANIEL

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domingo, 2 de maio de 2010

Teatro Para Iniciantes


Quem É Quem No TEATRO

Produtor:
(...) Profissionalmente ele se encarregará de providenciar o dinheiro suficiente para a encenação e de cuidar do espetáculo como um investimento financeiro. Nem sempre ele pertence ao meio. O teatro também pode ser visto como uma maneira de ganhar dinheiro, como tudo na vida. Muito ouvimos falar em captação de recursos, ou seja, os atores ou autores, querendo ver seus trabalhos realizados, partem em busca de grandes empresas que lhes dêem cobertura financeira para montar o texto. No Brasil existem leis que possibilitam às empresas ser recompensadas pela quantia investida em teatro (ou seja, na cultura nacional), no ajuste de contas com o Imposto de Renda.
Muitas vezes o produtor tem suas atividades apenas na arrecadação do dinheiro, passando depois a tarefa de produtor executivo, que será encarregado de materializar o texto, escolhendo e buscando tudo que for necessário para isso. (...)

Autor:
(...) O teatro está sempre baseado em um texto ou em um roteiro. (...)
(...) Um texto muito antigo, cujo autor morreu e não tem herdeiros vivos, transforma-se em Domínio Público, isto é, pode ser encenado sem nenhuma autorização prévia e nada se paga ao autor. Os autores vivos ou que possuem herdeiros legais recebem sempre quantias (chamadas Direitos Autorais) cada vez que suas obras são encenadas, através de uma porcentagem sobre o dinheiro arrecadado nas bilheterias.
Para controlar esses pagamentos existe no Brasil a SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), uma organização criada em 1917, junto à qual os textos são registrados, e quem quiser encená-los deve estar regulamentado com suas normas e obrigações. Seu endereço na internet é www.sbat.com.br. (...)

Diretor:
(...) A função de diretor é bem recente no teatro. Antigamente, os atores se encarregavam da direção do espetáculo, ou seja, cada um fazia a sua parte conforme estava escrito no texto, e em conjunto cuidavam do precário cenário, e os trajes de cena eram sempre dos próprios atores.
Hoje é sabido que o diretor é a alma da encenação. Também é público que todos os atores premiados em seus trabalhos (em teatro ou mesmo em cinema) atribuem muito de seu rendimento às mãos e habilidade dos diretores.
Ele sabe qual gesto enriquece o personagem, qual tipo de música deve fazer fundo para uma cena e até qual a cor ideal para a roupa do personagem.
É claro que um diretor não precisa ser um músico, um cenógrafo ou iluminador, mas é preciso que tenha sensibilidade para definir tudo àquilo que vai se juntar ao espetáculo. Então, ele será auxiliado por pessoas capacitadas especificamente: figurinistas, músicos e cenógrafos, entre outros. (...)




Algumas dicas para o diretor:
(...) Um bom diretor se faz no decorrer do tempo. Isso significa que, apesar do talento, é preciso um longo aprendizado, porque mesmo havendo cursos e escolas para diretores, a prática será a melhor professora. (...)
Nunca use extremos: Uma comédia levada aos extremos pode se transformar num tedioso espetáculo, assim como um drama sem nenhum momento de descanso acaba se tornando um martírio para quem assiste. (...)
(...) Em comédia ouvimos muito a expressão tempo (do inglês timing). Isso quer dizer que o ator deve ter um sincronismo com a platéia para dar suas falas no momento oportuno e principalmente nunca emendar as falas enquanto a platéia esteja rindo, portanto impossibilitada de ouvir bem.
Fazer rir é tão difícil quanto fazer chorar. Acreditem.

Personagem:
(...) Na busca do ator, leva-se sempre em consideração o que foi criado pelo autor, muito embora alguns atores e atrizes sejam capazes de grandes transformações no palco. (...)
(...) Bem, vamos entender melhor o que acontece.
O personagem (palavra originada de persona ou personae, máscara usada no antigo teatro grego) é um ser inventado pelo autor. Mas, mesmo sendo imaginário, ele tem todas as características próprias de um ser humano e deve parecer real. (...)
(...) No teatro não existem pequenos papéis. Um bom ator sempre se destaca, seja qual for o tamanho do seu texto. (...)
(...) Um ator deve participar da peça como se estivesse em um time, jogando para ganhar. O respeito aos colegas e a disciplina são dois grandes aliados para qualquer pessoa que pretende se tornar ator, juntando-se a isso a humildade, a vontade e – por que não? – a sorte. (...)

Cenógrafo:
(...) Toda peça acontece em determinado lugar, no tempo e no espaço.
Para dar essa idéia para a platéia, são necessários os cenários, um faz-de-conta que trará o espectador para a época e lugar da história.
Surge o cenógrafo e mais além o cenotécnico, e o contra-regra.
O cenógrafo cria o espaço artificial fazendo com que ele seja o mais natural possível. Para isso vários fatores são considerados: os recursos do teatro, a disponibilidade de verbas e principalmente a idéia do diretor com relação ao espetáculo. (...)

Figurinista:
Vestir um ator é muito mais que simplesmente criar roupas.
O figurinista cria um comportamento visual para as cenas. Cada detalhe da roupa reflete o personagem, e para o ator a roupa é um elemento importante de sua atuação.
Quando a ação se passa em épocas passadas, o figurinista recorre a pesquisas para não ser anacrônico, dando furos, confundindo datas, fatos e costumes. (...)

Iluminador:
O iluminador cria todas as luzes e sombras necessárias ao desenrolar da peça. (...)


Sonoplasta:
O sonoplasta ou técnico de som é quem se encarrega das músicas ou ruídos exigidos pelo texto. (...)


Maquiador:
(...) Um texto pode pedir que o ator envelheça vinte ou mais anos durante o espetáculo. A maquiagem será fundamental para isso. E é muito interessante notar que no teatro nada é feito para ser visto de perto. (...)

Ponto:
(...) O ponto, geralmente um homem, ficava posicionado estrategicamente no piso do palco, com o texto da peça nas mãos. Cada vez que os atores esqueciam suas falas, ele acudia falando em voz baixa o que eles deveriam repetir. (...)

Assessoria de Divulgação:
Montado o espetáculo, é sempre necessário que se faça a divulgação para atrais os espectadores.
Além de cartazes, fotos e encartes criados, são contratados profissionais que levem para toda a imprensa, escrita e falada, notícias sobre os atores, autor, diretor, motivando textos para revistas, jornais, rádios e redes de televisão.

& Companhia:
Os bilheteiros e porteiros cuidam da venda e da recepção dos ingressos. (...)
(...) Nos bastidores, as camareiras auxiliam os atores nas trocas de roupas e cuidam para que eles tenham todo conforto possível nos camarins. (...)

- Um Pouco Sobre A História Do Teatro

A palavra “teatro” deriva da palavra grega “theastai” que significa ver, enxergar.
Na Grécia antiga, os festivais anuais em homenagem ao deus Dionísio incluíam a representação de tragédias e comédias. (...)
(...) Desde seu aparecimento (...) difundiu-se pelo mundo, passando a ser uma maneira de o homem retratar o pensamento se sua época. (...)

Roma:
Enquanto na Grécia o teatro era um espetáculo de texto, em Roma havia um circo, onde os espetáculos variavam desde lutas de gladiadores até a morte de prisioneiros, o que era encarado como puro divertimento para as platéias. (...)
(...) Foram os romanos os criadores da pantomima, que, por meio de música, era realizada por um ator mascarado que representava todos os papéis.
Houve época em que o teatro chegou a ser considerado uma atividade pagã, por força do cristianismo, o que prejudicou muito seu desenvolvimento.
Curiosamente, foi a própria Igreja que ressuscitou o teatro, na Idade Média, por meio de representações da história de Cristo.

China:
Se em Roma a crueldade podia ser tema do espetáculo, na China Antiga tudo era muito diferenciado.
Japão:
(...) [Onde] Surgiram dois estilos de teatro: Nô (criado no século XIV) e Kabuki (criado no século XVII).

Idade Média:
(...) O teatro se resumia à diversão dos senhores feudais pelos menestréis, um misto de cantor e cômico encarregado de fazer rir, mas que também aproveitava as situações para critica abertamente os costumes da época ou seus próprios senhores. (...)
(...) Na Itália surgem nesse tempo grupos de atores que perambulavam pelo país em carroças, com espetáculos irreverentes e alegres.
Não existia um texto, mas sim uma situação. Os personagens criavam suas falas e deles dependia o sucesso da apresentação.
Esse movimento se chamou Commedia dell’Arte. (...)

- Como Montar Um Texto

O primeiro a compreender todo o sentido da peça é o diretor. Para isso ele passa algum tempo estudando o seu conteúdo e os personagens, muitas vezes realizando várias pesquisas complementares sobre o assunto. (...)
A encenação envolve todos os elementos que irão compor a peça, desde escolha de atores, cenários, figurinos etc.
O primeiro passo é o conhecimento do texto. O diretor reúne os atores para a chamada leitura branca, na qual cada um lê sua parte sem se preocupar com a interpretação em si.
Para muitos, o primeiro passo seria decorar o texto, o que é errado. O primeiro passo é sempre compreender o texto. Decorar vem depois. (...)
Na fase de conhecimento do texto, não basta que o ator conheça bem suas falas. Ele deve conhecer a fala de todos os demais atores que participam da peça. Para isso, o diretor faz alguns exercícios, nos quais os atores devem dizer o texto dos outros. (...)
Avançando no trabalho, chega a hora de colocar os atores em cena.
Essa tarefa será feita no próprio palco ou em um lugar do tamanho do palco (...). Esse passo se chama marcação. (...)
Depois de bem treinados, é chegada a hora de ensaiar no próprio palco, com o cenário já colocado no local, e algum tempo depois o ensaio será feito com os figurinos, sobretudo p se cronometrar o tempo de troca de roupa [quando houver] e ajustar os trajes diante da ação corrida.

Textos

Basicamente, existem dois tipos de textos teatrais: o escrito especialmente para o teatro e o adaptado. (...)
Também é muito comum no teatro moderno a chamada criação coletiva: um trabalho que ao foi escrito por uma só pessoa, mas nasceu da colaboração de um grupo de pessoas, geralmente orientadas por um diretor. (...)




Conceito

Quanto ao conceito do texto, podemos utilizar princípios extremos para sua divisão: drama e comédia. No primeiro se faz chorar, no segundo se faz rir.
Essa divisão, porém, nem sempre funciona na prática. O teatro moderno, com sua total liberdade de criação, possibilita num mesmo texto as duas ações: fazer rir e chorar.
Isso porque, ao trabalhar com a emoção, o cômico pode ser muito trágico e o trágico virar comédia.
Uma análise mais criteriosa pode dividir o texto em outros níveis, de acordo com seu estilo. (...)

Atuando

Não podemos negar que a presença física ajuda bastante, mas isoladamente é um requisito que não transforma nenhuma pessoa em ator. (...)
Se observarmos a história dos grandes atores de nosso teatro, alguns nem passaram por uma escola, mas todos eles tiveram disciplina, garra e talento para finalmente chegar ao topo de suas carreiras.
Atores não se criam, eles nascem.
E ao nascer, devem ser providos de:

*Sensibilidade
É através da sua própria emoção que o ator transmite emoções para as platéias. A sensibilidade também possibilita o melhor entendimento dos personagens e das situações.

*Comunicabilidade
O ator deve sentir, mas também precisa saber transmitir, portanto a capacidade de comunicação é outro requisito básico no pretendente a ator.

*Disciplina
Essencial em qualquer profissão. Isso inclui o fato de dedicar-se plenamente para atingir seus objetivos. (...)

*Dicção
Independentemente de seu sotaque ou timbre de voz, o ator deve ser ouvido até na última fila do teatro, sem que para isso ele tenha de gritar. Existem técnicas e pessoas especializadas para melhorar a dicção dos atores, e os exercícios devem ser constantes, incluindo o aquecimento que sempre é feito antes de cada espetáculo.

*Expressão corporal
O ator em cena utiliza todo seu corpo para interpretar.

*Memória
Decorar texto é um trabalho cansativo e exige treinos constantes de memorização.

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